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    A glutamina, classificada como L-α-aminoácido, é encontrada abundantemente no organismo. Esta substância é produzida endogenamente por órgãos como o cérebro e pulmões, bem como o músculo esquelético e o fígado. Porém, os dois últimos órgãos citados, além de sintetizarem a glutamina, também são consumidores deste aminoácido.
Já no sistema imune, as células enterais e os rins são apenas consumidores de glutamina para suprir suas funções metabólicas. Em situações cotidianas, desconsiderando o estresse da prática de exercícios físicos, a glutamina é o aminoácido livre mais abundante no tecido muscular e no plasma. A literatura classifica a glutamina como um aminoácido não essencial devido a síntese pelo próprio organismo.
    Entretanto, a glutamina em determinadas situações, pode também ser classificada como um aminoácido momentaneamente essencial. Isso ocorre quando o organismo é induzido a estresse, traumas, infecções, exercício físico muito prolongado e períodos pós-cirúrgico, onde a taxa basal de glutamina não supre as necessidades básicas.
    Suas principais funções são:
• Destoxificação de amônia;
• Possível regulador direto da síntese e da degradação proteica;
• Fornecer energia para células de rápida proliferação, como enterócitos e células do sistema imune;
• Promover melhora na permeabilidade e na integridade intestinais;
• Aumentar a resistência à infecção por aumento da função fagocitária.


GLUTAMINA E PERFORMANCE


    Possível papel da suplementação com glutamina refere-se à capacidade deste aminoácido aumentar a concentração intramuscular de intermediários do ciclo de Krebs (anaplerose), durante os primeiros minutos do exercício e, consequentemente, aumentar a capacidade de geração de energia pela via oxidativa, atuando deste modo sobre a performance de atletas.
    Essa hipótese foi investigada por meio da suplementação de glutamina (0,125 g/kg de massa corporal), que foi administrada 60 minutos antes de uma sessão de exercício em cicloergômetro a 70% do VO2 máx. Outro estudo utilizando uma dose de 2 g de glutamina, promoveu aumento da concentração plasmática de íons bicarbonato (HCO3) em indivíduos saudáveis após um período absortivo de 90 min. 
    Além disso, tem sido proposto que a glutamina altera o equilíbrio acidobásico por meio do aumento da retenção de HCO3 no rim. Desse modo, Haub et al.89 verificaram o efeito da suplementação com glutamina em relação ao equilíbrio acidobásico e à performance em indivíduos treinados submetidos a cinco sessões de exercício em cicloergômetro a 100% do VO2 máx.
    Dentre os estudos que analisaram os efeitos da suplementação de glutamina associada ao exercício no sistema imune e melhora do desempenho, a maioria não encontrou efeitos significativos. Os demais estudos que avaliaram os efeitos sobre a gliconeogênese, equilíbrio ácido-básico e síntese/degradação proteica também encontraram poucos efeitos.
    E aí? Utilizar ou não? Desde que o consumo seja com prudência e respeitando a individualidade biológica de cada um, poderá obter-se alguma melhora de rendimento mesmo mínima que poderá fazer a diferença no esporte de alto rendimento.

 

GLUTAMINA E INTESTINO

 
    O intestino faz parte do sistema digestório e é através dele que ocorrem as absorções dos nutrientes e da água.  Ele está divido em duas partes: delgado e grosso. No primeiro, é onde ocorre a absorção da grande maioria dos nutrientes. No segundo, ocorre a absorção da maior parte da água utilizada durante o processo de digestão.
    Além disso, ele é formado por camadas de células chamadas enterócitos sendo responsáveis pela secreção de enzimas e outras substâncias. A camada do intestino é fundamental para evitar a passagem de fragmentos de alimentos mal digeridos, toxinas e fragmentos de bactéria intestinais para a corrente sanguínea.
    Quando esta função de barreira está prejudicada, a entrada destes fragmentos e toxinas na corrente sanguínea leva ao aumento da inflamação e aumenta a ativação do sistema imune para tentar combater estes corpos estranhos, prejudicando muito a saúde e a qualidade de vida.
Esta situação, é comum, mesmo com o intestino funcionando normalmente. Entretanto, na presença de funcionamento inadequado (intestino preso, flatulências e quadro diarreicos) a situação apresentada se mostra num grau de maior complexidade.
    A glutamina, acaba sendo a principal fonte de energia para as células intestinais utilizarem na sua recuperação. Assim, as células do intestino conseguem recuperar sua estrutura normal voltando a funcionar adequadamente.
    Portanto, cuide de seu intestino! Busque tratamento com um profissional de saúde que possa suplementar a glutamina dentro da sua necessidade, com dosagem e tempo de tratamento individualizado. Nosso desempenho e saúde começa pelo intestino!

 

Por Dr. Rafael Rabelo
Nutricionista

Nutricionista do Fortaleza Esporte Clube;
Pós-graduado em Nutrição e Exercício Físico - UECE;
Antropometrista ISAK nível I;
Pós-graduando em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada-Ivesp;
Atendimento em consultório com esportistas e atletas de alto rendimento.

 

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