Leucina
A leucina é um aminoácido de cadeia ramificada, classificado como essencial (deve ser obtido através da dieta), participa do balanço proteico corporal, é fonte de nitrogênio para geração de outros aminoácidos e apresenta característica hidrofóbica, o que não a permite ser diluída em água naturalmente.
Esse aminoácido tem movimentado o mundo da estética e da ciência após alguns artigos concluírem que sua ingestão – fosforila - estimula uma proteína quinase (mTOR) presente no núcleo celular estimula a síntese proteica (figura abaixo). Esse estimulo é similar ao exercício de força e resistido porém, contrário aos exercícios de endurance, que tendem a aumentar as concentrações de AMPK, inibindo a expressão de mTOR.
A mTOR, conhecida como alvo da rapamicina em humanos, tem a função de estimular uma cascata de reações que estimulam o processo de transcrição e tradução, que originam uma estrutura proteica, processo esse que chamamos de síntese proteica.
É importante ressaltar que uma proteína de boa digestibilidade e biodisponível, exerce funções orgânicas diferente de fontes alimentares que possuem deficiência aminoacídica. Por esse fato, o Whey Protein tem grande recomendação, visto o alto teor de aminoácidos essenciais, em especial a Leucina. Essa biodisponibilidade tem grande importância no turnover proteico para manutenção e síntese de proteínas estruturais e circulantes que possam ter sido degradadas ao longo do dia.
Li e Jefferson, 1978, produziram um dos artigos mais citados nos trabalhos sobre esse tema, ao concluírem que os efeitos da suplementação, apenas de leucina, geravam um aumento na síntese de proteínas (entre 25-50%) e diminuição na degradação (em 30%), efeito similar ao uso de BCAA (isoleucina, valina e leucina).
Os professores Marcelo Macedo Rogero e Julio Tirapegui, escreveram em 2008, pela Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, um artigo de revisão tido como o melhor de todos os tempos para aspectos atuais sobre aminoácidos de cadeia ramificada e exercício físico. Claramente ao se estudar o BCAA, tem-se conteúdo sobre o efeito fisiológico da leucina, diferentemente de algumas notícias que vemos nas mídias sociais que são contra o uso desse suplemento e apoiam a leucina.
Outros autores fantásticos como Shimomura em 2006,Tom e Nair, 2006 concluíram que, os ACR apresentam potenciais efeitos terapêuticos, uma vez que esses aminoácidos podem atenuar a perda de massa magra durante a redução de massa corporal, favorecem o processo de cicatrização, melhoram o balanço proteico muscular em indivíduos idosos e propiciam efeitos benéficos no tratamento de patologias hepáticas e renais.
A utilização da Leucina como recurso para prevenção da perda proteica e estímulo da síntese, parece ter vasta bibliografia, porém suas aplicações em atletas de endurance e benefícios à saúde dos idosos, ainda merecem maior atenção dos pesquisadores, pois o Brasil, país que mais envelhece no mundo, tem pressa por conhecimentos desse grupo populacional.
Referências:
- Nelo E. Zanchi et al. Suplementação de leucina: nova estratégia antiatrófica. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2009, 8 (1): 113-122.
- Marcelo M. Rogero, Julio Tirapegui., Aspectos atuais sobre aminoácidos de cadeia ramificada e exercício físico. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas vol. 44, n. 4, out./dez., 2008.
- Li J.B., Jefferson L.S. INFLUENCE OF AMINO ACID AVAILABILITY ON PROTEIN TURNOVER IN PERFUSED SKELETAL MUSCLE. Biochimica et Biophysica Acta, 544 (1978) 351—359.
- Dangin M, Boirie Y, Guillet C, Beaufrère B. Influence of the protein digestion rate on protein turnover in young and elderly subjects. J Nutr. 2002 Oct;132(10):3228S-33S.
- Boirie Y. et al., Impaired anabolic response of muscle protein synthesis is associated with S6K1 dysregulation in elderly humans. The FASEB Journal express article 10.1096/fj.03-1341fje. Published online August 19, 2004.
- SHIMOMURA, Y.; HARRIS, R.A. Metabolism and physiological function of branched-chain amino acids: discussion of session 1. J. Nutr., v.136, n. p.232S-233S, 2006.
- OM, A.; NAIR, K.S. Assessment of branched-chain amino acid status and potential for biomarkers. J. Nutr., v.136, n. p.324S-330S, 2006.
Por Dr. Eduardo Reis
Nutricionista
Bacharel em Nutrição pelo Centro Universitário do Triângulo (2005), Especialista em Fisiologia, Nutrição e Gestão do Atendimento Personalizado (Cândido Mendes).Tem experiência na área de Nutrição Esportiva e Clínica atuando principalmente nos seguintes temas: Nutrição e suplementação, Terceira Idade, Patologias Renais e Hepáticas, Hiperprotéicos e Aminoácidos, Fisiologia e Bioquímica. Docente na Pós Graduação em Fisiologia do Exercício (UNIPAC - Uberlândia), Personal Trainer (Moura Lacerda - Ribeirão Preto) Fisiologia do Exercício (INADES - ES). Trabalha com Suplementação desde 1999, tendo passagens pelas principais empresas do setor atuando na gerência de 0800, Gerência de Departamento Técnico, Gerência de Criação e Produção, Gerente de Vendas, Gerente de Treinamentos. Diretor da Equipe Multidisciplinar Kingsteam e Palestrante na Área Esportiva e Clínica.
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